Comunidades
A longa história de ocupação humana confere a este território um inestimável valor cultural. Historicamente ligada às características geomorfológicas e climatológicas da Estrela, a atividade humana moldou a paisagem, criando um mosaico cultural identitário. A ocupação humana possui na Estrela registos desde os 7 mil anos BP (antes do presente), no sopé da montanha, tendo-se posteriormente expandido até altitudes superiores. Os vestígios arqueológicos mais antigos datam do Neolítico tardio e do Calcolítico. No entanto, a maioria dos vestígios são caracterizados pela presença de estruturas megalíticas, havendo desta época alguns registos de movimentos transumantes. A história da relação entre as comunidades e a Montanha é o legado ancestral comum que resultou na forte identidade da população da Estrela, secularmente ligada à pastorícia.
Esta montanha seria ocupada sazonalmente, durante o Verão e inícios do Outono, por uma população pastoril, podendo eventualmente praticar uma cerealicultura incipiente, ou a farinação de frutos selvagens, como a bolota. Os diversos achados arqueológicos confirmam as conclusões obtidas nos perfis polínicos obtidos nas turfeiras de altitude da serra da Estrela, que indicam uma primeira degradação do coberto vegetal nos finais do Neolítico.
Os mais antigos vestígios da ocupação na região parecem corresponder ao início do fenómeno megalítico, no que poderíamos considerar um Neolítico Médio/Final. Os monumentos megalíticos eram sepulturas coletivas, construídas com grandes monólitos de pedra (esteios), com os quais se constituíam câmaras simples ou com um corredor anexo. (Exemplos: Anta de Rio Torto, Orca de Cortiçô, Dólmen de Matança, entre tantos outros).